segunda-feira, 18 de maio de 2009

"Rodando Brasil Afora" - Curitiba, 15 de maio de 2009.


Enfim, a tão esperada estréia da Turnê Brasil Afora aconteceu. O show realizado em Curitiba, no dia 15 de maio, foi o segundo da nova tour, precedido por uma apresentação em Florianópolis na noite anterior. Afiados, os Paralamas subiram ao palco do bonito e elegante Teatro Guaíra para demonstrar (para quem ainda duvida...) que são capazes de se reinventar, mas sem deixar, por isso, de ser quem são. O show se inicia com um trecho incidental de "Sem Mais Adeus" - com a voz de Brown - e, abrindo-se as cortinas, avistamos um colorido cenário assinado pelo artista paulistano Zé Carratu, em um clima alegre que faz lembrar álbuns como o "Selvagem" ou o "Nove Luas". 

O time completo dos Paralamas - Herbert, Bi e João somados à Fera, Bidu e Monteiro - já está lá e logo ataca a própria "Sem mais adeus", com tudo o que tem direito: show de Barone e vocais do próprio e da dupla de sopros nos "all right" finais. Em seguida, vieram três presentes aos fãs da banda: "Dos Margaritas", "Pólvora" - com mais um show de Barone - e "O Beco". 


O público se animou e até se levantou com "Ela disse adeus" e, depois, com a paradinha pro povo cantar o refrão, já clássica nos shows paralâmicos, de "Cuide bem do seu amor". "Romance Ideal" foi a maior surpresa pra mim... nem imaginava que estaria no repertório, mas lá estava. Nesta canção a linha de baixo do Bi é absurdamente mais bonita ao vivo do que na gravação. João Fera também faz um delicado solo... de "encher os ouvidos"! Mais deleite dos fãs viria com "Bora Bora" e "Perplexo". Metais detonando, assim como, claro, João Barone. 

(Aqui cabe uma breve explicação: eu sempre observei muito o Barone nos shows e as lembranças das aparições dele sempre são as mais claras para mim, e a quantidade de referências a ele neste relato tem um motivo especial. Na nova turnê, o layout do palco dispõe Fera, Bi, Herbert e João em linha, com Bidu e Monteiro atrás de Herbert. Ou seja: JB fica bem na frente, com seus movimentos nítidos aos olhos de todos. Não é incrível? Além disto, a nova disposição do palco também permite que Bi e João se comuniquem mais com Herbert, o que facilita a atuação do nosso vocalista.) 


"Meu Sonho" e "A lhe esperar" são as próximas, sendo claras demonstrações de que Herbert estava muito seguro na estréia, segurando legal os vocais e as guitarras, até mesmo nas novas canções. "O Calibre" - junto à já citada "Cuide Bem" - foi a música escolhida para lembrar trabalhos imediatamente anteriores ao "Brasil Afora" - creio que incluir alguma do "Hoje" no set list, como "Na Pista" ou "De Perto", seria legal, para não deixar o álbum passar "batido". "Meu erro" encerra a primeira parte do show, sempre empolgante. 


É aí que acontece a grande surpresa da tour, o set acústico. João Barone se coloca em pé à frente do palco, munido de uma caixa e um bumbo (Gretsch, modelo "Broadkaster"), João Fera encara um violão de cordas de aço e Bi Ribeiro troca o seu indefectível Factor para para se dedicar a um baixo acústico. Herbert, no centro do palco, intercala o violão e sua Les Paul, dependendo da canção. Bidu e Monteiro são os encarregados da percussão, além de eventuais metais. 

O cenário muda: o pano colorido cai, para dar lugar a um bastante claro, em tons de marrom, dando uma cara "Severino" pro show. Neste clima, tocam "Mormaço", tão bonita e delicada, seguida de "O Rio Severino". Juro. Foi emocionante ouvir essa música, que sempre foi uma das minhas mais queridas. "Caleidoscópio" e "Uns Dias" foram executadas sob arranjos muito semelhantes aos que foram produzidos para o Acústico MTV. 

 

Findado o set acústico, temos um "momento Ringo Star" de João Barone, que assume os vocais e toca bateria em "O Vencedor", do Los Hermanos. Pareceu que faltou guitarra nesta, a bateria ficou bastante alta, mas ok: João canta bem e nós já sabíamos disso. "Quanto ao Tempo" chega, Ademir se remexe na cadeira à minha frente (o amigo curitibano não é adepto ao Brown), mas eu realmente gosto da música mais "brega" do "Brasil Afora"... o arranjo que os Paralamas fizeram a deixaram muito linda, com destaque aos sopros misturados ao solo de guitarra do final, quando Herbert usa timbres do maior bom gosto, que só ele faz. Ao vivo, o arranjo fica ainda mais bonito. Herbert troca as frases do refrão, que continuam com tanto sentido quanto quando estão ordenadas. 

O show segue com "A Novidade", em uma das versões mais bonitas que os Paralamas já fizeram. Eles usam a famosa introdução vocalizada por Gil na sua "A Novidade", mas aqui executadas pelos metais (da-lhe Bidu e Monteiro)... um reggae super leve. "Lourinha Bombril", "Alagados" (com "Sociedade Alternativa" do Raul) e "Uma Brasileira" (na amada por uns, odiada por outros, versão Calipso - eu prefiro) encerram o show... mas tem o bis!


A banda volta com a "Lanterna dos Afogados" de sempre, excelente e com o esmero de todos. Da turnê com os Titãs, o duo "Sonífera Ilha/Ska", pra mim desnecessário, mas que deve estar ali por conta da novela das sete que, aliás, já acabou. O verdadeiro final será "Vital e Sua Moto" (com "Every Breath You Take, do Police). Os Paralamas se despedem, mas fica a vontade de ficar ouvindo eles por muito mais tempo... eu tinha acabado de assistir o show do "Brasil Afora" e já pensava quando seria o próximo. Não tenham dúvidas de que é incrível: a banda está redondinha, Herbert super seguro, a iluminação é perfeita, o cenário é um encanto. Valeu demais cada segundo de espera, cada instante vivido e a viagem à capital do Paraná.


s o t



Update: tem um vídeo no Youtube que dá pra ver direitinho (e sentir a sensação que dá - é um susto bacana!) quando troca o cenário. Uma introdução de violões já está rolando e quando, de fato, inicia "Mormaço", o pano colorido cai, como eu já havia dito. O efeito é legal, porque altera também o clima do show. Ah, os caras são mestres nisso... sabem direitinho como lidar com as emoções da platéia e nunca deixar os ânimos "caírem".

domingo, 17 de maio de 2009

"Lembro que sempre sonhei viver de amor e palavra"

No momento em que Os Paralamas do Sucesso iniciam a nova turnê Brasil Afora, eu e Eduardo decidimos que era a hora de realizar um "sonho" nosso. O Varal é um projeto antigo, que já existia quando nossos blogs Ê Batumaré e Na Pista ainda estavam em atividade. Escrever sobre os Paralamas é só uma entre tantas coisas que os autores do Varal tem em comum. Somos fãs da mesma "geração" - aquela que passou a admirar a banda à partir da explosão do "Vamo Batê Lata" -, nossas atividades extra-paralâmicas envolvem a escrita da história, seja analisando o passado ou descrevendo o presente (eu sou mestranda em História, Eduardo é formado em Jornalismo) e somos entuasiasmados pela música (além dos PdS, amamos, em comum, sons que vão de Beatles a Fito Paez).


Esse novo "meio de comunicação", em formato de blog, pretende ser um lugar onde os fãs da banda possam não somente encontrar informações, mas compartilhar os mais bonitos e distintos sentimentos que envolvem acompanhar "do lado de cá" a trajetória d'Os Paralamas. Ouvir e assimilar uma nova canção ou re-significar as mais antigas, descobrir e assitir vídeos inéditos, ver Bi, Herbert e João em ação de perto ou conhecer pessoas que, como nós, adora Paralamas, produzem sentidos que, acredito, somente nós sabemos quais são. O que queremos, aqui, é organizá-los, em forma de texto e imagens, para que fiquem guardados, pra sempre, na memória paralâmica.

Créditos

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Fontes: Tipografia Artesanal Urbana

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