terça-feira, 2 de março de 2010

Pela vida, trazendo o novo


Conheço a Deise desde 2003, eu acho. "Entre o Longo Caminho e o Uns Dias", ela disse hoje, usando a nossa linha do tempo preferida: a paralâmica. Falar "antes e depois do acidente", para nós, é mais recorrente do que faz a Bíblia no original "antes e depois de Cristo". Quando conversamos pela internet, sempre perguntamos sobre a vida um do outro, falamos sobre futebol (ela gremista, eu são paulino) mas, inevitavelmente, sempre caímos na tentação de falar de Paralamas.

Hoje ela postou um novo texto neste nosso blog, sobre um vídeo do Herbert que apareceu no Youtube e que você pode conferir logo abaixo. Assunto vai, assunto vem, e acabamos falando do filme "Herbert de Perto", que ela brilhantemente resenhou (e que você também confere aqui no blog). Ao final deste post, tem um link para um texto escrito por mim no finado blog "Na Pista", uma página que criei sob a emoção do lançamento do disco "Hoje" e que me abriu muitas portas, pessoais e profissionais.

Fui reler este texto, datado de 29 de março de 2006. Há quatro anos atrás, eu assistia à primeira versão do longa de Roberto Berliner e Pedro Bronz. Minha escrita estava emocionada, vibrante, quase falada, com exclamações de sobra. Lembro que escrever, nessa época, não era um exercício que envolvia disciplina, mas uma ação emotiva. Quase sem querer, as palavras iam formando frases, que se juntavam e viravam parágrafos, que no final pareciam um texto.

Fiquei emocionado ao reler este e outros textos desta época (como uma entrevista feita de suor e cerveja com Bidu Cordeiro dentro de um banheiro fedendo a xixi no Sesc Pompéia em São Paulo, após um show da Orquestra Imperial, que nesta época era apenas uma banda desconhecida formada por músicos desconhecidos). Comentei com a Deise esse estranhismo que me causou a leitura deste texto de quatro anos atrás. A partir disso, eu e Deise começamos a pensar como o tempo passou, como nosso fanatismo pelos Paralamas também sofreu a ação do tempo e como ler nossos textos do passado era, também, uma forma de assistirmos nosso crescimento pessoal.

A vida passa, as pessoas mudam, lugares que frequentávamos já não frequentamos mais e alguns sonhos, que antes sentíamos estar a um passo de realizá-los, hoje parecem apenas pensamentos ingênuos de alguém que não entendeu que a vida não é filme. Interessante, porém, é que qualquer mudança de endereço e de conceito não foi capaz de nos deixar distantes dos Paralamas. Pelo contrário: hoje nos sentimentos mais próximos deles, nos sentimos parte de uma família que cujos pais são Herbert, Bi, Barone, Fera, Bidu e Monteiro e cujos filhos são os Eduardos, Deises, Rafaéis, Rodrigos, Alês, Julianas e Brunas...

"Quando foi olhar, já passou".

Esse sentimento de que o tempo voou e a gente não percebeu fica extremamente presente quando relemos nossos textos. Mas, se hoje somos mais responsáveis, mais pés no chão e mais velhos, também podemos dizer que somos mais fãs do que nunca de uma banda que conseguiu entrar em nossas vidas de uma forma tão intensa que, a partir do que escrevemos sobre ela, conseguimos enxergar quem nós realmente somos.

3 comentários:

Vivian 2 de março de 2010 às 21:33  

Muito legal este texto, ainda existem esses blogs Na pista e batumaré?

Lunatico 3 de março de 2010 às 15:34  

Velho... confesso q rolou uma lágrima vendo o Rodrigos aí no texto... Phoda, velho ! Phoda !

Abraços e beijos vcs ! Paralamas pra nós sempre !

Um dos Rodrigos !

Unknown 7 de maio de 2010 às 10:48  

Belíssimas palavras, Eduardo, seu texto me trouxe velhas e novas emoções.

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