quinta-feira, 15 de outubro de 2009

A palavra de João Barone (ou "um outro sonho tanto quanto os que já vivi")

Sempre quis assistir um show especial dos Paralamas, aqueles de gravação de DVD, estas coisas. Nunca pude, nunca fui (apesar de que as oportunidades não faltaram) e sempre fico com raiva de mim mesma por não ter participado, principalmente quando consigo localizar, na minha televisão, conhecidos e amigos se divertindo ou se emocionando (no Acústico, no show da volta do Fantástico ou da MTV, no Uns Dias Ao Vivo, enfim...). Mas eis que, no dia 09 de outubro, Barone me dá uma pontinha de esperança: em uma pausa na apresentação aqui em Porto Alegre, ele fala da candidatura do Teatro do Bourbon Country como locação para o registro da Turnê Brasil Afora. Ele falou CANDIDATURA, ou seja, pode ser que tenha sido uma ideia corriqueira (destas que não se concretizam), ou que priorizem São Paulo ou Rio de Janeiro de novo, afinal boa parte do público - e da estrutura - está lá... mas seria incrível. Paralamas, Os Quatro, Tv Zero ou Conspiração (minhas produtoras brasileiras de filmes favoritas, portanto, minha torcida sempre é para que escolham uma das duas): considerem a possibilidade, ok? Sim, já estou engajada na campanha.

Abaixo, o link de um vídeo que a Camila (fã-historiadora-gaúcha, como eu) gravou do JB falando do lance do DVD, pra comprovar. O curioso é que, logo no início, ele está explicando a queda do cenário que ocorreu antes do previsto (conforme relatei no post anterior). Talvez, se ele não tivesse comentado, metade do público nem adivinharia que aquilo tinha sido uma falha técnica... ê, João!


CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR AO VÍDEO


sábado, 10 de outubro de 2009

“Rodando Brasil Afora” – Porto Alegre, 09 de outubro de 2009

5 meses depois, lá eu estava novamente em um show do “Brasil Afora”. Passado o nervosismo da estréia, a tranqüilidade imperava na banda (e em mim) quando da entrada no palco do Teatro do Bourbon Country para mais uma empreitada. Os músicos-operários dos Paralamas encaram cada espetáculo como se fosse mais uma nova e importante obra de suas vidas, e não foi diferente aqui em Porto Alegre. Entusiasmo, olhares otimistas, alegrias e surpresas com as respostas do público, improviso. Tudo estava ali, como se o tempo nunca passasse, como se nada nunca mudasse.


O público, aliás, parecia estar sedento de um show da banda. Afinal, três anos sem uma apresentação “solo” dos Paralamas não é pouca coisa (afora o show com os Titãs, o último show na capital gaúcha havia sido da turnê “Hoje” no dia 19 de outubro de 2006, no Bar Opinião). E todos corresponderam a saudade e a alegria de rever Herbert, Bi e João no gogó, nas palmas, nos gritos pedindo “mais um”, ou saudando a banda com o já famoso “Uh! Paralamas”. O público cadeirante, cada vez mais numeroso em shows paralâmicos, também atentava a cada música, fazendo valer a pena “cada segundo, cada momento, cada instante”... Um jovem menino, em especial, à esquerda de Herbert, se emocionava a cada refrão: acompanhado de seus pais, cantava todas, acompanhava com palmas, balançava o corpo como podia. Suado, quando Herbert cantou “em cima destas rodas também bate um coração”, ele bateu com orgulho no peito, compartilhando e sendo cúmplice do mesmo sentimento de seu ídolo. Momentos assim, de humanidade e de carinho, só um show dos Paralamas proporcionam com tanta intensidade.


O repertório foi o mesmo da estréia em Curitiba, com exceção da inclusão de “Óculos” no bis. Diferentes mesmo foram os imprevistos e improvisos que, como disse João Barone durante o show e, depois, no camarim, fazem de um show inesquecível e especial. Durante “O Calibre”, ocorreu um problema na sua bateria. Algo que ele explicou pra nós, mas que eu, no meu desconhecimento instrumentalístico desconheci e não sei explicar. O Cerqueira, roadie de JB, correu para arrumar a batera e ficou ali, debaixo daquela imensidão de tons e de Barone por quase toda a música. No final da música, enquanto ainda se tentava arrumar o instrumento, Herbert aproveitou para fazer uma de suas piadas escatológicas, que tinha o JB como personagem. Na canção seguinte, “Meu Erro” (assista vídeo abaixo), João resolveu detonar, e a introduziu com todo o gás possível e imaginável. A iluminação estava linda – como em todo o show -, a galera veio abaixo, mas eis que a maior surpresa do show resolveu se antecipar. O pano do cenário cai, na troca que deveria ocorrer em “Mormaço”, por um tropeço do Zé lá na coxia. Até deu um frisson na galera, mas a troca de cenário ficou tão deslocada (lógico) que a maioria nem percebeu ou entendeu. Uma pena, já que a introdução do set acústico é uma das partes mais bonitas do show (daqueles momentos impactantes que todos comentam depois).


Dizer que ficar ouvindo e observando com detalhes a magistral atuação do trio + Fera + Bidu e Monteiro é algo sempre indescritível, já é lugar comum. Mas são as melhores coisas pra um fã... desta vez, meu posicionamento foi em frente ao Fera e ao Bi. E a coluna de baixo dele ficava bem pertinho e eu pude ouvir todos os graves com perfeição, suspirando, de novo, na linha de “Romance Ideal” (assista vídeo abaixo). Herbert lembrou os Beatles em duas ocasiões: “Norwegian Wood”, em “Cuide bem do seu amor” – e o Rubber Soul é um dos meus favoritos - e “Day Tripper” em “Alagados”. E o JB, meu Paralama preferido, esteve perfeito, como sempre – e “a la Copeland”, em “Vital e sua moto/Every breath you take”, a última do show, fica melhor ainda (assista vídeo abaixo).

Depois de longa espera, eu já cansada – meu corpo doía no final do show, no melhor estilo “o trem da juventude é veloz, quando foi olhar já passou” -, entramos no camarim, e eu nem sei por que ainda faço isso. Só pra dar um carinho e ver o brilho nos olhos de cada um de perto, ter certeza que a “vibe” está ali mesmo, como sempre. Desta vez, finalmente, consegui falar tudo o que sinto pro Herbert, porque em outras ocasiões sempre havia “travado”... não foi assim, tudo, mas ao menos consegui me expressar. E ele ficou me ouvindo, olhos nos meus olhos, e eu tendo que segurar a onda. Melhor momento da minha vida ever, “ainda que pareça tolo ou sem sentido”. Acho mesmo que é, simplesmente, “amor incondicional”, como diria o Scandurra.













Ps.: peço desculpas pelo abandono do blog, logo em seu início. Mas a vida está puxada...


Adendo: agradecimentos especiais às queridas amigas paralâmicas e ao querido amigo paralâmico que foram parceiros neste show - Letícia, Marcia, Camila e Jeferson.

Créditos

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Fontes: Tipografia Artesanal Urbana

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