segunda-feira, 15 de junho de 2009

"A Palavra Certa" - Entrevista de Herbert à Folha de São Paulo

Quem não sonha em se ver compreendido e perdoado?
Ver seus erros e tropeços como equívoco explicados?
(Tempero Zen)

Quero te pedir perdão
Por viver assim aos prantos
(Taubaté ou Santos)

Não viver a causar pena
Por cuidar tanto das pernas
(Brasil Afora)

Estes três trechos de músicas do Brasil Afora, último álbum dos Paralamas, são autobiográficos. Através deles, podemos chegar mais perto de Herbert Vianna e entender, ao menos um pouco, o que acontece no coração e no pensamento do nosso cantor, guitarrista e compositor favorito oito anos após aquele trauma imenso (é lógico que a história não precisa ser repetida aqui...). Além das canções, eram poucas as oportunidades em que Herbert podia se expressar de forma mais pessoal, demonstrando sentidos e sabores de seu cotidiano.

A recente e excelente reportagem de Mônica Bergamo para a Folha de São Paulo, intitulada “Memórias de Herbert”, possibilita enxergarmos com mais nitidez o Herbert que vemos nos shows, nos camarins ou em participações na televisão: um homem cuja ferida pela perda de sua mulher não cicatrizará, que tem na música o alimento para se manter vivo, que mantém intacta sua inteligência requintada, sua sensibilidade mais plena. Um homem que, apesar de necessitar de cuidados especiais, mantém-se forte e apoiado, sempre, na família – tendo a “figura materna” das duas filhas como “porto seguro” - e nos melhores amigos, os Paralamas – parte essencial na “alimentação” de sua alma.



A mesma reportagem também mostra que é possível que a trágica história que Herbert carrega consigo pode ser observada por vertentes tão simples, como a informação de que suas filhas gostam mais da Paraíba que de Londres e que seu enfermeiro o acompanha há 5 anos, entre dividir quartos de hotéis e ajudá-lo em suas funções mais básicas.

Herbert gosta de falar; às vezes pode se perder ou demorar, mas sempre o que diz tem sua razão de ser dito, tem opiniões sinceras mesmo quando não tem opinião, como no caso do terceiro mandato de Lula. Ele também não se furta em comentar assuntos muito particulares, como sua vida sexual após a paraplegia, assunto que podia se tornar um “tabu”, imersos que estamos em uma sociedade sexista, machista... a falta de sensibilidade nos membros inferiores não esmorece Herbert: ele acaba por canalizar o seu prazer, a sua energia na música. Por esta razão, ele diz que acaba substituindo um possível "drive tarado" - usando as palavras do próprio Herbert -, por instrumentos musicais e tecnologias afins.

As entrevistas de Herbert pré-acidente sempre foram muito legais de se ler; pós-4 de fevereiro não nos lembramos de outra senão essa da Folha. Quem sabe, a partir de agora, não voltamos a “ler” mais Herbert Vianna?



Texto de Deise e Eduardo

5 comentários:

Gilson 16 de junho de 2009 às 13:25  

Parabéns pelo espaço e pelos textos.. fã q é fã sempre quis ter um espaço como esse pra ler sobre sua banda preferida.. valeu!

Roberta Martins 17 de junho de 2009 às 09:39  

Trazer a historia de vida do Herbet e o q ele é hj é acordar quem está dormindo.

Jujú 19 de junho de 2009 às 05:53  

Assim como vcs eu também fiquei encantada com a entrevista. Sincera, linda demais.

Perfeita as colocações de vcs, meus queridos!

Arrasaram, assim como o Mestre!

Beijos

Regina 20 de junho de 2009 às 18:23  

Não preciso dizer, todos sabem que Herbert é o máximo...

Que maravilha você existir!!!!

Sucesso sempre!

Lidiana Vieira 10 de janeiro de 2012 às 12:24  

Quando estava sozinha,escutei suas musicas e entendi cada palavra começei a enxergar de novo a beleza do mundo e pudi sentir o amor.Agradeço de coração a este cara por tudo que ele fez por mim mesmo estando longe.Simplesmente AMO!

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