quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

PARALAMAS: BRASIL LÁ FORA

O show do Rock in Rio I projetou Os Paralamas de vez no cenário nacional. O grupo rodou o país graças ao seu talento e, beneficiado pelo esfacelamento da Blitz e pelo rompimento de Cazuza com o Barão Vermelho, se tornou de vez o maior nome do rock produzido no Rio de Janeiro. Fundamentados no sucesso de púlbico, Os Paralamas entraram em estúdio em 1986 para cometer sua obra-prima: Selvagem ?. Na época em que o disco completou 20 anos, escrevi as seguintes mal-traçadas linhas sobre essa obra para o site Paralamas Forever: "...Os Paralamas tinham acabado de vir de sucessos como Meu Erro, Óculos e Me liga, com temas ligados ao amor, e fizeram um disco com letras socialmente muito fortes, como Alagados, O Homem e A novidade (essa do Gil). A outra parte da coragem em si, foi abandonar um pouco da linha rock new wave de O passo do Lui e dar uma guinada para o outro extremo do mundo indo buscar influências na Bahia, na Àfrica e na Jamaica, ao invés da Inglaterra. O Selvagem? é o pai do Severino, musicalmente, e do MangueBeat, na temática social. É um disco essencial".

O disco, revolucionário, aparece hoje em qualquer lista dos melhores ou mais influentes da história do rock nacional. Além de ser artisticamente muito forte, vendeu muito. Com sucessos como Alagados, A Novidade (a primeira com participação de Gilberto Gil, e a segunda co-escrita com ele), Melô do Marinheiro e Você (de Tim Maia), Selvagem? vendeu 700.000 cópias e credenciou os Paralamas a fazer uma turnê européia em que tocaram no Olympia, em Paris, e no cultuado Festival de Montreux, na Suiça. Era 1987. No festival, criado em 1966 por Claude Nobs, seria registrado o que viria a ser o primeiro disco ao vivo lançado pela banda (a gravação do show do Rock In Rio só foi lançada nesta década).

Na noite em foi registrado o show, Os Paralams dividiram o palco com Ivan Lins, Beth Carvalho, César Camargo Mariano e João Bosco. Um trecho de "De frente para o Crime", uma composição do último era citado durante a execução de Alagados à época. A homenagem durou até a turnê do disco Hoje, quando a banda passou a citar "Sociedade Alternativa", de Raul Seixas durante o clássico sobre a diferença social que se espalhava pelo mundo, de Alagados, em Salvador-BA à Favela da Maré, no Rio de Janeiro, passando por Trenchtown, gueto da capital jamaicana, Kingston.
O concerto serviu para gravação do hoje raro V, o Vídeo, lançado em VHS, e nunca atualizado para formatos modernos como o DVD. Ele contém o show que os Paralamas fizeram em Montreux, no ano de 1987 e também trechos de um show no Ibirapuera em SP, entrevistas nas casas dos Paralamas e em um sítio em Mendes (RJ). No formato comercializado para o público, o disco D, além do set ao vivo executado naquela noite em Montreux, os Paralamas lançaram uma versão em estudio de "Será que vai chover ?", que também abriu o show e foi incluida na parte ao vivo do material lançado. Além de citar João Bosco, a banda tocou uma música de outro compositor começado com J, Jorge Ben, hoje ocnhecido como Jorge Benjor. Charles, Anjo 45 foi a primeira das gravações que Os Paralamas fizeram de Benjor. Anos mais tarde, eles regravariam "País Tropical", também do repertório de Babulima, para um comercial de sandálias.

O repertório da banda anunciada pelo apresentador do espetáculo como sendo "Le group plus important du Brésil" teve Será que vai chover ?, Alagados, Ska, Óculos, O homem, Selvagem, Charles, anjo 45, A novidade e Meu Erro. No palco, o trio paralâmico era reforçado pelo mago dos teclados João Fera. A primeira banda do rock Brasil dos anos 80, após ter mostrado talento no Rock in Rio e maturidade no Selvagem ?, fazia, ao vivo, pela primeira vez com qualidade aceitável, um registro para a posteridade de seu melhor momento como banda: no palco. Os Paralamas eram o Brasil lá fora. Hoje, seguem Brasil Afora.

Brinde:
V, o Vídeo no YouTube:

Parte 1
Parte 2
Parte 3
Parte 4
Parte 5
Parte 6
Parte 7

MÚSICAS
Selvagem, Vital e sua moto, Alagados, Sing our own song, Óculos, Você, Charles anjo 45, Será que vai chover?, Uns dias.

DIREÇÃO: Sandra Koguti e Roberto Berliner
CAPA: Gringo Cardia

Um abraço,

Rodrigo

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